domingo, 22 setembro 2024
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“A escola não é mais a mesma”

 A pandemia afetou diretamente todos os espaços de sociabilidade, especialmente a escola, exigindo respostas rápidas, provocando alterações e reestruturações. De uma hora para outra, sem estarmos preparados, a tecnologia ganhou centralidade na comunicação e se tornou ferramenta essencial para a aprendizagem. Dessa forma, foi necessário repensar estratégias para responder com agilidade e, acima de tudo, garantir sentido às demandas provocadas pela disrupção inesperada do cotidiano escolar.

Por Teresa Brasileiro

Ao agir frente a essa realidade sem precedentes, fomos profundamente modificados na forma de planejar as aulas, na diversificação de estratégias de aprendizagens e na relação das escolas com as famílias. A máxima de que a forma muda o conteúdo se tornou ainda mais pertinente. E, embora tenha sido um período intenso e doloroso, é consenso que tanto na perspectiva de suas práticas quanto de sua intencionalidade a escola foi compelida a avançar em pelo menos cinco anos. São mudanças que transformam os processos de ensino, aprendizagem e modo como as interações e relações passarão a acontecer.

Foto divulgação

Numa interatividade nunca antes experimentada, os encontros virtuais evidenciaram a importância de um trabalho consistente relacionado às competências socioemocionais, o papel da escuta e do acolhimento. Fomos subvertidos no conceito de presença, e é certo que a maior interação com a comunidade escolar reafirmou a parceria e nos aproximou. 

Numa projeção tangível, após uma experiência tão marcante e transformadora, a escola não é mais a mesma. Os desafios ganham outros contornos e trazem para o centro do debate questões essenciais que devem ser contempladas nos projetos em toda a escolaridade, a exemplo da sustentabilidade socioambiental, da importância e da valorização do conhecimento científico e da cidadania digital, traduzida pela formação crítica e pelo discernimento no campo das ideias que circulam nos meios digitais.

Um novo tempo 

É importante dizer que a incorporação de práticas digitais no cotidiano escolar trará também novas trilhas de aprendizagem, novos modelos avaliativos e, sobretudo, um maior protagonismo de professores e alunos. A aprendizagem cooperativa, que se desenha quando os estudantes são convidados a usarem as redes digitais para criarem seu próprio conteúdo, colabora entre si e participa de comunidades virtuais de aprendizagem, pois será uma poderosa ferramenta de engajamento e auto-organização.

Nesse amplo universo de ensino e aprendizagem mediado pela tecnologia, há um grande repertório de modalidades organizativas disponíveis, pois inaugura-se um novo tempo numa perspectiva de harmonizar as atividades virtuais e presenciais – blended learning –, um campo fértil para inovação e ver a escola como um lugar sem distâncias entre professor e aluno.

Teresa Brasileiro, diretora pedagógica do Módulo Criarte

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