domingo, 22 setembro 2024
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A pediatra, Daniela Lima, alerta sobre a importância da atualização da caderneta de vacinação  

A caderneta do seu filho está atualizada? E a sua? Dra. Daniela Lima, pediatra, com especialização em patologia clínica, do Laboratório LPC, tira dúvidas sobre os benefícios e os problemas de não vacinar uma criança no período certo, e os riscos a que ela pode estar exposta. A pediatra ainda alerta que adultos e idosos também precisam se vacinar. Confira: 

Anuário Educar: Qual a importância dos pais seguirem a recomendação de vacinar as crianças com vacinas próprias para cada idade? 

Dra. Daniela Lima: Diariamente estamos sujeitos a contrair diversas infecções, e as vacinas são as ferramentas mais poderosas que existem para preveni-las. Tomar vacinas é a melhor maneira de se proteger de uma variedade de doenças graves e de suas complicações. Elas também servem de estímulo para que o organismo da pessoa vacinada produza anticorpos contra diversas doenças, e quando o indivíduo se expõe a essas bactérias ou vírus, ele desperta e causa imediatamente uma reação, impedindo que a doença ocorra. A depender da vacina e do sistema imunológico da pessoa, essa memória é para o resto da vida.

“Doenças que antigamente causavam pânico nas populações, como sarampo por exemplo, foram praticamente eliminadas de diversas partes do mundo”

Diz Daniela Lima.

A ampla disseminação das vacinas vem garantindo uma proteção para as populações e impedindo que as doenças se alastrem. Porém, infelizmente, essa tranquilidade trazida pela proteção conferida pelas vacinas faz com que haja um ”relaxamento” de pais e médicos sobre a necessidade de vacinar adultos e crianças, pois não existe mais o medo por não estarem vendo a doença. Com o baixo número de casos observados na última década, a ameaça ficou imperceptível. 

Anuário Educar: Existe a possibilidade da vacina não garantir a proteção?

Dra. Daniela Lima: Apesar de excelentes e muito eficientes, nenhuma vacina é 100% eficaz, podendo acontecer de não garantirem a proteção de algumas pessoas. Por diversos motivos, algumas pessoas podem ter contra indicações para algumas vacinas (por exemplo, imunossuprimidos, gestantes, portadores de algumas doenças, etc). 

Assim, seja por falha primária da vacina (por que ela não funcionou), ou por não poder tomar determinada vacina, sempre teremos na comunidade pessoas suscetíveis às doenças imunopreviníveis. Então, quanto maior for a cobertura vacinal de uma comunidade, mais protegidas estarão as pessoas que não podem se vacinar ou que não responderam bem a vacina. 

Ou seja, pessoas (não só crianças) vacinadas funcionam como escudo para as doenças. E as pessoas não vacinadas (mas que poderiam ser) acabam “quebrando” essa barreira.

O “efeito rebanho”, ou imunidade de grupo, ocorre quando a maioria da população está protegida de uma doença porque a maioria dos membros da comunidade foi imunizada.

Anuário Educar: O fato de precisar de uma lei para vacinar crianças em idade escolar denuncia a pouca procura de pais para esse serviço?

Dra. Daniela Lima: É um engano os pais acharem que a criança não precisa da vacina porque a doença não é mais circulante. Com os deslocamentos de turistas pelo mundo afora, e principalmente nesse período pós carnaval, é possível ter contato com as doenças que podem não ser frequentes no nosso país mas são frequentes em outros, o que possibilita a ocorrência de surtos. 

Não deveríamos precisar de uma lei como essa, a vacinação deveria ser uma preocupação de todos nós, principalmente para os pais. Porém, acredito que ações como essa nos ajudam a conscientizar a população para a importância do tema – poderíamos transformar o consenso de que “criança doente não deve ir para a escola” em “criança não vacinada não deve ir para escola”.

Fica fácil entender o assunto em questão quando vemos o “estrago” que uma criança com catapora pode fazer em uma escola. Mas, se todos estiverem vacinados, a doença não consegue se alastrar.

O LPC fornece gratuitamente esse serviço de avaliação da caderneta vacinal, e inclusive vem realizando parceria com escolas para realizar essa avaliação para seus alunos e familiares. É importante frisar que não basta entregar a xerox da caderneta no ato da matrícula. Essa caderneta deve ser avaliada por um pediatra ou por um especialista em vacinação para checar se existe alguma vacina atrasada ou algum reforço pendente, ou alguma vacina nova. 

Fotos: Divulgação.

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