Que a literatura é indispensável para o desenvolvimento da língua e alfabetização na infância, todos sabem, mas como ficam as crianças com cegueira ou baixa visão, surdez ou outros tipos de deficiência neste contexto? Atento a esse debate, a Associação Cultural Brasil – Estados Unidos (ACBEU), realizou a terceira edição do Literart. Direcionado ao público infantil e aberto para a comunidade, o evento discutirá acessibilidade na literatura e descoberta dos sentidos.
A programação contou com a participação do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC) da Universidade Federal da Bahia, e misturou espaço interativo sensorial com a contação de histórias e atividades makers, fortalecendo a ideia de literatura “sentida” que faz as crianças refletirem para além do que foi lido.
No evento, os pequenos ainda embarcaram em atividades que envolvem cada um dos 5 sentidos e descobriram as infinitas possibilidades do universo literário através de uma sala com ilhas sensoriais. Aconteceram também oficinas de criação de cartão, onde as crianças, entre 6 e 12 anos, exercitaram toda a sua criatividade na composição de histórias explorando diversos formatos, cores e texturas.
O jornalista Ednilson Sacramento foi convidado da Literart para intervenção junto aos participantes, sobre como tornar a leitura mais inclusiva através da acessibilidade para pessoas cegas ou com baixa visão, um tema urgente, mas ainda pouco discutido. Sacramento é especialista em acessibilidade, atualmente é assessor de educação e cultura da Organização Nacional de Cegos do Brasil, membro do Quilombo PCD e do Fórum Baiano de Pessoas Cegas e com Baixa Visão, pesquisador na Universidade Federal da Bahia, entre outros títulos.
Também fez parte da programação a contação de história com a professora Júlia Kissy, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) com Vanessa Mercês, que é tradutora, intérprete e especialista em educação inclusiva com ênfase em Libras.
“A língua não é só veículo da fala, mas também é a estrada por onde acessamos o mundo ao nosso redor. Confiamos que a literatura pode e deve ampliar o acesso às diversas ‘línguas’ faladas em nosso país, sejam elas orais, visuais, bidimensionais etc. O Literart é a expressão desse nosso credo, desejamos fomentar o debate e acesso ao tema para além da nossa comunidade de estudantes”
reflete Ticiano Cortizo, superintendente ACBEU
Fotos: Divulgação. Fonte: Comunicativa Associados.
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