quinta-feira, 21 novembro 2024
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5 dicas para ajudar crianças a se protegerem de abusos sexuais

Child trafficking, Violence and abuse in family relations.

O abuso infantil é uma realidade no Brasil: de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, foram registradas 17,5 mil denúncias de violência sexual contra crianças nos primeiros quatro meses deste ano, o que equivale a um caso a cada 10 minutos.  As pesquisas apontam que este número seja ainda maior, pois cerca de 90% das vítimas não chegam a relatar o crime.

Mas o que pode ser feito para ajudar as crianças a se protegerem desses abusos? Como os pais podem ajudá-las a se tornarem menos vulneráveis e a reconhecerem e reportarem se esta violência acontecer com elas?

A psicóloga, orientadora educacional e autora do livro infantil “O poder de me proteger”, Mariana Motta, dá 5 dicas para serem implementadas no cotidiano familiar:

Crie um canal de comunicação desde cedo

As crianças precisam saber que podem (e devem) conversar com seus pais sobre qualquer coisa. Elas devem se sentir ouvidas e validadas, além de entender que aquele é um lugar seguro para compartilhar qualquer sentimento, dúvida, medo ou insegurança. Quando a criança sabe com quem contar e em quem pode confiar, cria-se uma rede de proteção e aumenta-se a chance de a criança pedir ajuda quando necessário.

Aprenda sobre a realidade do abuso

Um pilar importante quando se fala de prevenção de abuso é o conhecimento dos adultos sobre o assunto. Há muitos mitos que rondam o abuso sexual contra crianças, por isso saber da realidade, entender as técnicas usadas pelos abusadores, os sinais de alerta e outras questões relacionadas a isso é uma forma eficaz e essencial de proteger os pequenos.

Não force a criança a abraçar e beijar ninguém

As crianças devem entender que são as donas dos próprios corpos e que têm o poder de decidirem quando, como e por quem seus corpos são tocados. Por isso, jamais force seu filho a trocar carinho de forma física com ninguém. Deixe que ele escolha se relacionar da maneira que se sente confortável. Isso ensina as crianças a respeitarem o corpo do outro e terem seus corpos respeitados também.

Fale sobre partes íntimas

É importante que este assunto não seja um tabu. Ensine os nomes corretos para que a crianças tenham uma compreensão clara de seu corpo. Explique quem pode ver e tocar suas partes íntimas, como e para quê. Assim, as crianças terão o vocabulário e a compreensão necessária para reportar se algo fora do comum acontecer.

Ensine o conceito de “seguro” e “inseguro”

Reconhecer o que as fazem sentir segurança, o que é um toque seguro, um segredo seguro e um relacionamento seguro, é parte essencial da prevenção do abuso. Uma vez que compreendem esses conceitos, tornam-se capazes de reconhecer situações inseguras, e então cabe aos adultos ensiná-las sobre o que fazer diante destas situações.

Psicóloga, pós-graduada em Neuropsicologia e mestre em Educação, Mariana Motta atua há 14 anos na área de Educação Infantil na Escola Americana de Campinas. Desenvolve um trabalho de Proteção Infantil com alunos, professores e famílias com objetivo de compartilhar informações e ferramentas práticas para proteger crianças. Realiza ainda workshops com pais sobre sexualidade, desenvolvimento de habilidades socioemocionais e diversos assuntos relacionados ao desenvolvimento infantil e à criação de relações respeitosas. O poder de me proteger é resultado do trabalho que a profissional dissemina em sala de aula e também nas redes sociais.

Fotos: Divulgação.

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