No último programa do Domingão com o Huck, da Rede Globo, pela primeira vez a Bahia foi representada no famoso quadro “Pequenos Gênios”. Orlando da Silva Daltro Neto, de 10 anos, participou da competição ao lado de mais duas crianças.
O quadro reúne crianças de todo o Brasil com altas habilidades em lógica, memorização, cálculos, soletração, e mais. Chama atenção dos telespectadores o altíssimo nível de conhecimento dos estudantes, que, em sua maioria, têm QI elevado, ou seja, acima de 110. Orlando Neto é um dos poucos seres humanos a atingirem esse coeficiente superior à média.
Nascido em Feira de Santana, carinhosamente apelidada de ‘Princesa do Sertão’, a cidade que fica a cerca de 100 km de Salvador. Orlando passou por avaliação neuropsicológica e o laudo concluiu que ele tem um QI de 132 na Escala Wechsler de Inteligência para Crianças, número atribuído aos superdotados. As maiores habilidades dele são nas áreas de conhecimento visuais e espaciais, além de matemática.
A química Juliana Silva, mãe de Orlando, conta que o filho começou a apresentar os primeiros sinais de que tinha enorme facilidade de aprendizado aos 3 anos de idade. Aos 4 anos, já sabia ler plenamente, dois anos antes do que é estipulado para a alfabetização infantil regular. Nessa época, ele era “fissurado” em gibis e tinha curiosidade sobre a vida dos dinossauros.
”No início, os professores me abordavam e diziam que o Orlando fazia perguntas que eles não sabiam responder, além de aprender o conteúdo do dia em apenas 15 minutos”
lembrou Juliana
Aos 6 anos de idade, Orlando começou a demonstrar interesse por artes plásticas e música. “Eu gosto de MPB. E gosto de Van Gogh”, disse timidamente o menino, que toca teclado e também é admirador dos pintores Edgar Degas e Paul Cézanne – o garoto já chegou a fazer uma releitura da obra “Os Jogadores de Cartas”, do impressionista francês.
Apesar de ainda estar no 7º ano do Ensino Fundamental, Orlando Neto já planeja ingressar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), considerado um dos mais exigentes do país, e se formar programador. No passado, o apaixonado por dinossauros queria ser paleontólogo.
Independentemente da escolha, que pode mudar no futuro, certamente ele vai atingir o objetivo que traçar. O pequeno tem uma rotina de estudos intensa, de 4 a 5 horas por dia dentro de casa, sem contar o tempo de sala de aula. A concentração estendida é uma das principais características dos superdotados.
“Ele é autodidata. Estuda sozinho, sem acompanhamento, porque é assim que ele gosta. Além de estudar para a escola, ele gosta de pesquisar coisas de programação, de computação”
destaca a mãe
Orlando está em processo seletivo para a Associação Mensa Brasil, entidade que reúne pessoas com altas capacidades intelectuais no país. Atualmente, no estado, apenas 11 crianças fazem parte da associação. Para ingressar, é preciso comprovar o QI elevado através de diversos testes neuropsicólogos.
Atualmente, Orlando mora em Ipirá, cidade da região de Feira de Santana. Ele se inscreveu pela primeira vez para participar do quadro quando estreou, em 2020, mas só agora, na segunda edição, foi convocado para a disputa.
Fotos: g1. Fonte: g1.