domingo, 22 setembro 2024
Novidades

AlertaSAÚDE

A pediatra, Carolina Freire, fala sobre o Transtorno de Déficit de Natureza

A cada dia estamos nos distanciando da natureza e vêm aumentando os transtornos psíquicos e até físicos relacionados a isso. E quem está mais afetado, com toda certeza, são as crianças e adolescentes 

Por Dra Carolina Freire

O uso excessivo de tecnologia por nossas crianças, está adoecendo essa geração. Sabemos que a evolução nos trouxe isso, e os novos recursos de tecnologia, especialmente a internet e a Inteligência Artificial  têm proporcionado novas experiências e aprendizados. Porém, não se deve  fugir nem tentar frear essa evolução, e sim aproveitar com consciência e equilíbrio. 

O chamado Transtorno de Déficit de Natureza foi descrito em 2005 no livro do escritor norte-americano, Richard Louv, A primeira criança da natureza. Ou seja, tem bastante tempo que alguém se preocupa com o tema e agora, quase 20 anos depois, precisamos divulgar, aprender muito e mudar. A mente criativa, os desafios motores, o uso dos sentidos para viver e o entendimento de como funciona o mundo têm sido, cada vez mais, tolhidos pela falta de contato com a natureza. Louv descreve estudos que evidenciam o fato de que, para se ter saúde, é preciso ter contato frequente com o mundo natural. 

O foco maior está nas crianças, mas os efeitos deletérios atingem toda a sociedade. O aumento da obesidade, miopia, transtornos de ansiedade, dificuldade de aprendizado, insônia e deficiência de vitamina D são alguns exemplos desse resultado. Transtorno de Déficit de Natureza não é propriamente um diagnóstico médico, porém é um termo considerado por Louv como uma doença da sociedade. Os pais têm um papel muito importante em devolver essas experiências aos seus filhos.

Para se ter saúde, é preciso ter contato frequente com o mundo natural. 

Vale a pena uma “prescrição médica” de banho de floresta, conhecido por shamam de Shrinrin- yoku e recomendado pelos japoneses há séculos.

E a escola? 

Nossas crianças e adolescentes sentadas por horas nas aulas com paredes de concreto com pouco verde nas áreas comuns. Isso pode e precisa mudar. Se não há espaço físico no terreno da escola, é preciso propor atividades ao ar livre, experimentos na natureza, hortas… São ideias possíveis. Precisamos cobrar isso!

“E convido a todos a ficar menos on-line e mais outside. Curta o sol, vento, chuva, mar, rios, jardins, montanhas, o quintal da vovó”

Com carinho. Carolina Freire

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *